Você Se Equivocou de Casa, Vilão! (Novel) - Cap. 27

Capítulo 27:

–

– Com licença? Eu estou bem aqui? Olá?

Havia telhados com cata-ventos, o que tornava tudo confuso à distância, mas quando ele realmente os verificou, havia apenas cerca de vinte e três.

Depois de terminar sua verificação, Lakis saltou do topo da torre do relógio. O próximo telhado para o qual ele se moveu foi uma catedral próxima. Desta vez, ele escalou a torre do sino e começou a procurar algo diligentemente.

No entanto, o que ele queria não apareceu facilmente.

– Ei, você vai continuar me ignorando? Eu disse que estou entediado!

O que Lakis estava procurando agora era uma marca. Era algo como um traço usado entre as pessoas do submundo, principalmente aquelas que recebiam pedidos e estava espalhado por todo lugar. Era basicamente uma rede de comunicação.

Geralmente, eles tinham o hábito de colocar essa marca em lugares sagrados, ao contrário de suas raízes na sombra. Foi por isso que Lakis escalou a torre do relógio para identificar catedrais e santuários próximos. Ele estava procurando uma marca e estava pensando em comissionar alguém no submundo.

Mas, desta vez, novamente, o trabalho de Lakis foi em vão e ele franziu a testa.

Ele encontrou algumas marcas, mas não eram o que procurava. Ele queria fazer um pedido, mas não estava disposto a perder seu tempo com um inexperiente aleatório.

Depois de um tempo, ele estava mais uma vez no telhado de outro prédio com uma cruz. E de onde o papel pendia…

– Lakis!

Naquele momento, a voz que ficou em silêncio por um tempo, talvez devido ao contínuo desrespeito de Lakis, gritou agudamente. Mas mesmo que isso não acontecesse, Lakis também havia notado a mesma coisa.

Hwoosh!

Sua mão disparou na velocidade da luz, atingindo onde seus sentidos ditavam. Por um instante, o breve som de algo guinchando ecoou na área oca.

No momento seguinte, os olhos penetrantes e frios de Lakis foram saudados por um pássaro de penas pretas. Assim que foi preso nas garras de Lakis, ele se transformou em fumaça e desapareceu.

– Eh, o quê? O maldito pássaro simplesmente desapareceu!

Os olhos de Lakis brilharam intensamente enquanto observava a fumaça negra se espalhar no ar.

“Não era um corvo comum. Eu me pergunto se ele tem uma imagem adequada.”

Odin, também conhecido como Corvo Negro ou o negociante de informações do submundo.

Lakis pensava que sua marca eram penas, mas poderia realmente ser um corvo?

– Lakis! É esse corvo que você está procurando?

– Você é tão barulhento. Fique quieto, eu preciso pensar.

O inseto ficou animado ao ver Lakis reagir assim pela primeira vez, então balbuciou ainda mais em sua cabeça.

Lakis o ignorou e franziu a testa. Ele ficou no topo da torre do sino, pensando por um momento. Nesse ritmo, ele não tinha certeza se seu pedido havia sido atendido ou não. Porque esta foi a primeira vez que solicitou algo de alguém no submundo dessa maneira.

Antes, ele mesmo fazia isso ou ordenava que seus subordinados o fizessem e não havia nada que ele não pudesse realizar com os dois métodos…

Na verdade, ainda não se sabia se o corvo suspeito de antes pertencia ao Odin que ele procurava. Assim, Lakis decidiu primeiro verificar as marcas dos santuários restantes e saltou para o telhado lateral.

Então ele se moveu rapidamente, seus passos não fazendo barulho.

* * *

“Ugh, que diabos.”

Enquanto isso, neste momento, Odin sentiu que uma das marcas que ele havia deixado no leste havia se extinguido. Seu lindo rosto se distorceu terrivelmente.

“Que bastardo ousou mexer com a minha marca…!”

Como Lakis suspeitava, ele não havia enviado um pedido a Odin momentos atrás. Normalmente, para que um pedido fosse atendido, um corvo precisava confirmar o rosto de um cliente e, em seguida, ele seria contatado separadamente.

No entanto, o corvo que Odin deixou como marca teve seu pescoço esmagado pela mão de Lakis e encontrou uma morte prematura no local. E foi exatamente por isso que o corvo se transformou em fumaça e desapareceu.

Claro, o corvo que Odin usou como marca não era real, mas algo mais próximo de uma ilusão, mas ele não pôde evitar ficar com raiva.

Ele se sentia inquieto porque queria descobrir qual bastardo ignorante havia se livrado de seu adorável corvo imediatamente. No entanto, ele já havia deixado o leste. E, além disso, o assassino de seu corvo foi tão rápido e preciso que nem viu a ponta do cabelo, muito menos o rosto.

Será que isso foi feito por aquele novato pretensioso que buscava seu lugar como negociante de informações? Afinal, ele estava ocupado mudando de um lugar para outro recentemente, obtendo informações para Arachne.

Odin rangeu os dentes. Aquele punk já estava dando nos nervos desde que ouviu falar dele.

Flap!

Ele fez o bando de corvos voar ainda mais rápido.

– Droga, se ao menos o relatório daquele corvo não fosse tão suspeito.

Por enquanto, o mais importante era o pedido de Arachne. Portanto, lidar com o marcador ausente era a segunda prioridade. Claro, já que ele nem mesmo considerou deixar isso passar, ele planejou espancar o bastardo depois de lidar com as coisas de Arachne.

Seus olhos rosas parecendo o sol poente brilharam intensamente entre o bando de corvos negros.

E então, ele voou em direção à cidade de Carnot, no oeste, para confirmar pessoalmente se o relato de seu corvo era de fato verdadeiro ou não. Como esperado, ele precisava terminar seu trabalho o mais rápido possível e ir moer aquele punk novato.

Claro, do ponto de vista da pessoa que está sendo mal interpretada, era uma questão injusta, mas para Odin agora, ele não tinha absolutamente nenhuma ideia de que era um mal-entendido.

* * *

–

“Vejo você mais tarde então, Srta. Yuri!”

Anne-Marie parou brevemente no café depois do trabalho e, ao acenar para mim com um sorriso, sua figura foi se afastando gradualmente de vista.

E quando olhei para ela, meus pés também se viraram na direção oposta. Eu planejava apenas seguir em frente sem parar na minha casa. O leilão era às 7h30, então eu ainda tinha cerca de uma hora restante.

“Yuri!”

Fui para onde o Leo costumava ficar, que era um lugar que antes era um mosteiro. Ninguém mais vinha aqui porque agora estava em ruínas.

Assim que cheguei lá, Leo correu para mim com o rabo abanando e me cumprimentou feliz.

“Krreung!”

“Oi, Leo. A coisa que deixei com você está bem? ”

“Mn! Não toquei. É da Yuri.”

Dei tapinhas na cabeça de Leo e depois me dirigi para a sala de orações do mosteiro. Havia algo que eu havia colocado lá com antecedência. Assim que entrei na sala de oração, tirei minhas roupas.

Eu não sentia exatamente vergonha de estar nua na frente de outras pessoas, então não hesitei, mesmo que houvesse alguém ao meu lado. Além disso, eu nem tirei minha roupa de baixo. Mas Leo, que estava me seguindo, engasgou ao me ver assim e rapidamente se virou e cobriu os olhos.

Não me incomodei com a reação de Leo e tirei minhas roupas. Então mudei para as roupas que havia preparado com antecedência. Depois disso, eu soltei meu cabelo trançado e o amarrei.

“Leo. Por favor, cuide das minhas roupas até eu voltar.”

Momentos depois de eu falar, Leo espiou por entre os dedos e olhou para mim. Então ele correu em minha direção com olhos cintilantes.

“Kng.”

“Espere, você vai colocar pelos em mim.”

Leo, que estava curiosamente esfregando a cabeça na minha perna e circulando ao meu redor, ficou um pouco mal-humorado com minhas palavras e recuou.

“Eu vou pegar doce de melão para você quando eu voltar. Comporte-se bem sozinho.”

“Kaang!”

Deixando Leo, que pulava de excitação ao ouvir sobre o doce de melão, coloquei uma capa e saí do mosteiro.

* * *

–

A segurança no leilão secreto foi meticulosa. Quando alguém em uma capa preta se aproximou do prédio, o porteiro na porta bloqueou seu caminho.

“Posso ver sua identidade?”

A identificação de que falavam aqui era uma pequena placa de ouro com a inscrição do leilão.

A pessoa que chegou à casa de leilões retirou-o a pedido do porteiro.

“Você veio sozinho sem servo?”

“Sim.”

Uma voz neutra fluiu de debaixo do manto escuro em resposta à pergunta do porteiro.

“Você receberá um guia. Se acontecer de você precisar de alguma coisa, diga a ele.”

Às vezes, os clientes iam ao leilão sozinhos, sem criados, então o porteiro chamava um guia sem dizer mais nada.

“Bem-vindo à casa de leilões. Permita-me guiá-lo até o salão do local.”

Um guia bem vestido aproximou-se do cliente e cumprimentou-o. Tanto o porteiro quanto o guia cobriam o rosto com máscaras. Antes que o guia direcionasse a pessoa ao local onde o leilão seria realizado, ele fez um pedido:

“Antes de fazermos isso, você precisa tirar o manto.”

A pessoa sob a capa preta obedientemente ergueu a mão e puxou o capuz.

“Por este caminho, por favor.”

O guia acenou com a cabeça depois de confirmar o traje revelado e começou a andar em frente.

Yuri o seguiu. Ela já havia preparado uma máscara com antecedência porque sabia que seria solicitada a tirar a capa antes de entrar no local. A máscara que ela preparou era uma máscara branca sem características únicas, então não deixaria nenhuma impressão, não importa quem a visse.

“Este assento está muito atrás. Aproxime-me da plataforma.”(?)

“Eu sinto Muito. A frente já está cheia.”

“Se não houver espaço, faça um! Você não sabe quem eu sou?”

O local do leilão era muito grande. Enquanto Yuri seguia seu guia, ela avistou alguém discutindo com outro guia.

“Senhora, com licença, você pode se afastar por um momento?”

Ao ouvir a voz vindo de trás dela, a mulher usando uma máscara linda decorada com rosas e joias se virou irritada.

“Quem é você para me dizer para…”

Mas ela não conseguiu terminar a frase.

Por causa da pessoa que se refletiu em seus olhos no momento seguinte. Todo o rosto dela estava coberto por uma máscara branca e, ao contrário dela, que usava uma meia máscara, nem mesmo sua boca podia ser vista.