Você Se Equivocou de Casa, Vilão! (Novel) - Cap. 45

Capítulo 45:

–

Lakis não deu continuidade ao seu motivo imediatamente. Ele olhou para Yuri com os olhos estreitos e então escreveu algo no papel novamente. E ele o ergueu.

Quando Yuri viu as próximas palavras exibidas em seus olhos, foi a vez dela de estreitar os olhos.

[Porque você chorou.]

Se Yuri pudesse sentir as emoções agora, ela provavelmente iria querer sumir de vergonha e constrangimento. Mas, felizmente, a atual Yuri refletiu sobre o evento da última vez com indiferença.

“Sim, eu também não esperava por isso… mas acho que vou ficar bem hoje.”

Ela logo acrescentou: ‘Claro, não posso ter certeza, mas ainda assim’, e então olhou para Lakis. De alguma forma, ela sentiu que, se pressionasse um pouco mais, Lakis concordaria.

“Então, Sr. Lakis.”

Assim, da posição em que estava na frente dele, ela deu um passo para mais perto. Lakis inconscientemente prendeu a respiração ao olhar para Yuri.

“Posso segurar sua mão?”

A voz baixou para um sussurro suavemente persistente em seus ouvidos.

Era apenas uma mão.

Mas de alguma forma, ele foi tomado por uma tensão estranha, como se tivesse sido convidado a fazer algo muito secreto.

Honestamente, Lakis era igual a Yuri, no sentido de que também tinha dúvidas sobre o que acontecia cada vez que tocava em Yuri. Pela reação da Yuri e do parasita em sua cabeça, ele tinha certeza de que havia algo que ele não sabia. Mas essa definitivamente não era a única razão pela qual Lakis concordou em fazer isso novamente.

Quando ele estendeu a mão, Yuri não hesitou e suas mãos se tocaram.

Mais uma vez, uma onda quente de emoções correu através de seus dedos, cavando até seu coração. O calor subiu em suas bochechas desoladas e sua expressão tornou-se muito mais suave do que antes. E desta vez, pelo menos suas pernas não ficaram fracas.

Mas Yuri voluntariamente encurtou a distância, tentando se aproximar de Lakis.

Plop, a toalha molhada caiu no chão. E quase ao mesmo tempo, seus corpos se sobrepuseram. Lakis imediatamente reforçou seu aperto sobre suas mãos entrelaçadas.

“Srta. Yuri.”

“Sinto muito… só um momento…”

Lakis sussurrou algo baixinho. Yuri não conseguiu controlar seu impulso e, exausta, colocou a testa no ombro de Lakis enquanto resmungava baixinho.

Os olhos de Lakis escureceram. Ele também foi perturbado por um impulso vindo de dentro dele. Só que o impulso em Lakis era significativamente mais perigoso e duvidoso do que o de Yuri.

No final, Lakis perdeu para seu impulso.

Seus braços fortes envolveram a cintura da mulher que o tocava e a puxaram com força.

Yuri foi puxada para os braços de Lakis em um piscar de olhos. Seus corpos se tocaram sem uma única lacuna entre eles.

Lakis enterrou o nariz no pescoço e no cabelo úmido de Yuri, sentindo seu doce perfume com uma respiração profunda. Só então sua sede foi um pouco aliviada e ele se sentiu um pouco satisfeito em seu coração.

Yuri estremeceu momentaneamente com a sensação de cócegas em seu pescoço. A sensação do toque e calor de outra pessoa envolvendo seu corpo era desconhecida. E agora que ela pensou sobre isso, ela nunca tinha sido abraçada por alguém dessa forma, até que conheceu Lakis.

Os braços de Lakis eram quentes e aconchegantes. Embora fosse uma sensação estranha, ela não odiava.

Então Yuri apertou ainda mais a mão dele e se inclinou em seu abraço. Sentindo sua temperatura corporal se sobrepor à dele, Lakis a abraçou ainda mais forte como se quisesse confiná-la.

Seus olhos abaixados brilharam ainda mais perigosamente.

Como ele pensava, era estranho. Por que Yuri reagia assim quando entrava em contato com ele?

E ele queria saber mais. Mais sobre a mulher em seus braços agora.

Mesmo ele achou um pouco estranho se sentir assim por alguém que só conheceu há não muito tempo. Mas, para Lakis agora, esses motivos não eram importantes. Ele respirou fundo, acariciando o pescoço da pessoa à sua frente.

… Como esperado, isso não era suficiente. Mas, por agora, estava tudo bem. Claro, era impossível saber por quanto tempo sua paciência duraria.

Parte 8: Aproximando-se lentamente…

–

No dia seguinte, na hora do almoço.

Gilbert deu um tempo a Yuri para que ela relaxasse em um lugar vazio do lado de fora da cafeteria e bebesse café. Então, de repente, ela se lembrou do que aconteceu no dia anterior com Lakis.

“Então essa é a chamada compatibilidade corporal…” ^[1]

[N/t da Ruby: ^[1] Isso se perde um pouco na tradução, mas aqui está a definição do dicionário ‘urbano’ para a palavra que ela disse: Quando duas pessoas são muito compatíveis sexualmente e se encontrem apenas para fazer isso, mesmo após o rompimento.

Naquele momento, ela inconscientemente murmurou um fato esclarecedor. Claro, ela definitivamente não quis dizer no sentido de ‘+18 vermelho’, mas ela não poderia descrever de uma maneira melhor. Desde que segurou a mão de Lakis pela primeira vez, ela sempre pensava nisso quando tinha tempo.

Mesmo agora, quando ela se lembrava dos eventos do dia anterior, ela ansiava por mais. Ela se sentiu ansiosa o suficiente para ir agora e agarrar a mão de Lakis. Portanto, embora não fosse exatamente ‘compatibilidade corporal’, ela sentiu que o contexto era um tanto semelhante.

Crash!

“Uck, coff…!”

Clink!

“Ah, quente, quente!”

Clack, thud!

Logo depois que Yuri contemplou isso e murmurou para si mesma, uma grande confusão irrompeu na cafeteria. Um dos clientes sentados nas proximidades deixou cair a xícara e o prato que segurava, e o café derramou, queimando suas mãos enquanto tossia com veemência como se houvesse algo em sua garganta.

Com a comoção, o olhar de Yuri moveu-se para o lado. Seu humor decaiu um pouco, sabendo que seu trabalho tinha aumentado de repente.

“S-Srta. Yuri? Eu cuido disso.”

Gilbert disse, parecendo perturbado por algum motivo.

“Sim. Então vou limpar aqui.”

Demorou um pouco para limpar a xícara quebrada e o café derramado sobre a mesa.

“Srta. Yuri!”

Assim que ela terminou, alguém a chamou do outro lado da rua. Ela reconheceu a voz perolada da Anne-Marie.

E como era de se esperar, quando ela virou a cabeça, ela viu a heroína vindo em sua direção com um sorriso no rosto tão claro quanto o orvalho da manhã. Yuri falou primeiro com Anne-Marie.

“Ei, Anne-Marie. É tarde, mas feliz aniversário.”

No dia anterior, ela não teve tempo de falar com Anne-Marie e felicitá-la. Não era o momento certo na clínica, então ela só poderia parabenizar Anne-Marie agora, um dia depois.

Anne-Marie sorriu timidamente ao ouvir os parabéns.

“Muito obrigada pelas flores de ontem.”

Ah, Hestia parecia ter entregue as flores com sucesso para Anne-Marie. Yuri refutou o agradecimento.

“Esse é o presente da Hestia.”

Claro, foi ela quem deu as flores para Hastia, mas foi Hestia quem as deu para Anne-Marie. Portanto, não havia razão para Anne-Marie ser tão grata a ela.

No entanto, por incrível que pareça, uma expressão muito calorosa e gentil surgiu no rosto de Anne-Marie quando ela disse:

“Você sabia? Você é muito doce, Srta. Yuri.”

“Sim?”

Yuri não sabia como responder às palavras inesperadas. Ela fez algo tão bom para Anne-Marie dizer isso? Ou era porque ela ocasionalmente dava presentes a elas?

Mas mesmo que esse fosse o caso, ela sentia que Anne-Marie era incrível por encontrar doçura nela. E no momento seguinte, Anne-Marie fez algo ainda mais surpreendente.

“Não é nada grande, mas… eu quero te dar isso.”

Anne-Marie tirou algo da bolsa de papel que estava segurando e estendeu para Yuri. Era uma pequena caixa embrulhada com uma fita.

Yuri ficou um pouco surpresa.

“Era seu aniversário, não meu, Anne-Marie, por que você está me dando um presente?”

Além disso, ela ainda não havia pago Anne-Marie pelos biscoitos que ela lhe deu da última vez. Lakis tinha realmente gostado dos biscoitos de Anne-Marie.

Claro, se Lakis soubesse disso, ele gritaria de consternação.

“Você me deu um presente tão maravilhoso ontem, Srta. Yuri, então eu realmente quero agradecê-la.”

Então, como se recusasse o que Yuri disse antes, Anne-Marie balançou a cabeça com tanta veemência que seus cabelos balançaram.

“Você trouxe Hestia para mim ontem.”

Ela estava falando sobre Yuri salvando Hestia do acidente de carruagem no dia anterior.

‘Mm, mas o resultado é o que importa. Quem fez o trabalho foi o protagonista masculino, Kalian Crawford…’

“Honestamente, você me deu tantas coisas, Srta. Yuri, e eu sempre quis lhe dar algo. Então preparei isso há algum tempo, logo após o festival. Hoje é apenas o momento certo para isso. Então, hum…”

Assim um par de olhos verdes claros olhou para Yuri, lançando uma mirada lamentável.

“Você poderia pegá-lo…?”

Yuri não pôde recusar depois de ela insistir tanto.

“Então, aceitarei com gratidão.”

Quando Yuri pegou a caixa que estava à sua frente, os olhos de Anne-Marie brilharam para ela. No leste, era educado verificar um presente no momento em que você o recebia, mas Yuri não gostava muito dessa prática, considerando que suas reações eram muito fracas.

Mas não havia como evitar.

Yuri abriu a caixa que Anne-Marie deu a ela. Dentro havia uma fita de cabelo branca decorada com camafeu e renda. ^[2]

[N/t: ^[2] Camafeu: segundo o dicionário seria uma pedra fina com duas camadas de cores diferentes, sendo gravado em uma delas um desenho em relevo (parece um broche). Curiosamente também tem um doce com esse nome. Mas bem, ao pesquisar ‘laço de camafeu’, apareceram vários laços, então acho que poderia ser o tecido utilizado nele, a forma como ele é feito, ou uma pedra, igual a definição do dicionário, decorando a fita. Eu não sei.]

“Você sempre tem o cabelo amarrado na cafeteria e achei que ficaria muito bem em você, então o comprei…”

Anne-Marie mexeu seus dedos e estudou furtivamente a expressão de Yuri.