I Met The Male Lead In Prison (Novel) - Cap. 28

 

Capítulo 28: Visitante indesejado (1)

Vendo a porta da cela de Ricdorian entreaberta, a expressão de Hans prontamente ficou vermelha enquanto tremia. Até as lâmpadas nas paredes emitem luz mais vermelha hoje. Eu simultaneamente olhei para Hans e a cela, depois olhei para baixo. Eu me pergunto por que ele parecia tão angustiado.

Em pouco tempo, eu finalmente levantei minha cabeça de uma poça no chão, como eu achava que era.

“… por que a porta está aberta?” Eu perguntei confusa.

Hans, sem jeito, sorriu para mim em troca. Sua expressão agora era tão antinatural como se ele estivesse escondendo alguma coisa. É assustador!

“Hoje, houve um visitante que entrou primeiro.”

“Sério?”

Em vez de olhar para Hans, olhei para a janela de ferro e acenei com a cabeça para sua resposta. Essa deve ser a base para o comportamento dele no momento.

“Bem, Iana. Eu acho que seria melhor você voltar hoje… ”

“Não, está tudo bem. Eu não me importo. Posso entrar?”

Além de notar a expressão estranha que Hans exibia hoje, também notei uma sensação incomum neste lugar. Sempre que eu visito Ricdorian, a porta de sua cela sempre fica fechada. Além disso, pela porta entreaberta, senti o cheiro de algo familiar, mas era difícil de decifrar.

“Não importa o que eu veja lá dentro, vou manter isso em segredo. Eu tenho feito isso, não tenho? Não se preocupe. Eu mantenho a minha boca fechada.” 

Eu disse, convencendo Hans, que hesitou por um tempo, mas depois suspirou em derrota, e me deu permissão.

Ele pode ter interpretado minha expressão teimosa. Com certeza, ele estava com medo de que nossa boa comunhão fosse destruída e que ele não recebesse mais nenhum produto de primeira classe de mim.

Dentro da prisão, é natural encontrar guardas amigáveis, calculistas e egoístas. No entanto, com grande responsabilidade, o prisioneiro encarregado não pode fugir das retribuições, uma vez que causa problemas. Não importa o quão pacíficos possam parecer do lado de fora. E, portanto, entendi sua racionalidade egoísta.

Decidi entregar os cigarros como sempre e o provoquei.

“ Essas coisas certamente são poucas.”

Suspiro

Entrei na cela, enjoada, e depois parei por um tempo para consertar a lâmpada. A curta distância parecia tão longa. Mas tentei manter a calma, balançando a cabeça. Há pouco tempo, em frente à cela enferrujada, havia poças no chão, que pensei serem por causa da chuva, que logo se transformaram em sangue.

Caramba! É sangue!

Eu tinha lido essa parte do romance. É só isso…

“… eu não esperava ver isso sozinha.”

Não sei por que a parte narrativa que foi escrita no romance me veio à mente claramente – como se estivesse apenas passando. Foi por causa do sangue?

O pai de Ricdorian, arquiduque Harnim, pensava nele como não sendo sua própria carne e sangue. Ele até foi considerado uma desgraça para a linhagem Hel de “prestígio”. Razão pela qual ele não hesitou em maltratá-lo violentamente e deixar marcas em seu corpo… e até o jogou nesta cela! Ele até disse orgulhosamente a Chaser que havia abusado do filho antes de sua própria morte.

Meu sangue de repente ferveu pensando em suas ações imorais.

O que eu não conseguia entender era a realidade de que Ricdorian ainda estava entristecido pela morte de seu pai assassinado e odiava Chaser por matá-lo. Talvez vingá-lo seja a única coisa que ele poderia fazer por ele, a fim de expressar sua afinidade, pois ele não tinha ninguém a quem demonstrar afeição. Também pode ser que o animal solitário tenha acabado de virar seu ódio contra o vilão. Ou talvez seja como a síndrome de Estocolmo. Na verdade eu não sei.

Afinal, as emoções humanas são complicadas.

Suspiro.

Logo, levantei a lâmpada em frente à parede. Sob a chama oscilante, vi um garoto esfarrapado e selvagem, ensanguentado e arranhado. O que aconteceu com ele?

“Ricdorian“. Eu disse, capturando sua atenção.

Ele tremia enquanto levantava lentamente a cabeça e depois abria a boca.

“Arfff!”

Do corpo machucado e ferido, apenas os olhos azuis pareciam limpos.

Nesse momento, ele tentou se levantar, com os braços cambaleando, pensando que estávamos saindo para dar uma volta. Eu senti muito por falar um pouco tarde demais.

“Não se levante.”

“Arff?”

Quando me agachei, toquei sua bochecha ferida.

“… É a primeira vez que fico feliz por não poder falar com as pessoas.”

“Grrrr! Arff, Arrff!

Ricdorian franziu o cenho, mas logo latiu. Eu olhei para ele com uma expressão ambígua que não era nem risonha nem sombria.

“… Saí para dar uma volta e ver você. Mas, o que eu devo fazer? ”

Meu dedo esfregou seu cabelo prateado macio. No entanto, ao contrário dos outros dias, a ponta do meu dedo pegou algo enquanto eu acariciava sua cabeça. Quando puxei meu dedo, havia sangue.

“Arff. Arff?”

Depois, limpei o sangue em seu queixo com o polegar limpo.

“Hoje não vamos sair lá fora. Você entende?”

“Wuff?”

Ele parecia consternado, como se estivesse realmente ansioso por nossa caminhada. Pareceu um pouco estranho quando sua voz contrastava com sua aparência sangrenta.

“Hoje não podemos dar um passeio lá fora do jeito que você está agora. Eu sinto muito.”

Passei minha mão por suas bochechas sob seus olhos ilesos e o vi fechar os olhos como se ele estivesse gostando. Surpreendentemente, quando ele era um animal, ele gostava da essência do toque, como se estivesse com fome de amor. Meu coração sentiu uma pontada de dor olhando para ele.

Engraçado, nós dois nos encontramos há mais de um mês e passeamos algumas vezes. Isso não é tantas vezes, dá para contar nos dedos. No entanto, eu entendi como ele deve ter se sentido quando olhei através dos bloqueios escuros da prisão em todos os lugares. Este lugar é sem vida e abandonado como um lugar do inferno, onde nenhum amor e bondade são aparentes.

Que tipo de pessoa sã teria se sentido feliz vivendo metade de sua vida aqui. Eu ri sarcasticamente.

“Arff?”

“Se eu deixar assim, vai doer, certo? Você sente dor em algum lugar?”

Ele precisa de tratamento neste instante. Então eu tentei me levantar.

Ugh! Vamos lá!

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